Saturday, April 9, 2011

PORTUGAL NA TAILÂNDIA - PADROADO PORTUGUÊS DO ORIENTE

António da Silva Rêgo, foi missionário (Diocesa de Macau) um historiador de mérito e parte da sua vida dedicou-a a publicar livros narrando factos em cima dos descobrimentos. São bastantes as suas obras de valor inestimável e, segundo sabemos, parte das mesmas esgotadas.

Por felicidade temos algumas na nossa biblioteca e entre elas: “O Padroado Português do Oriente”, editado pela Agência Geral das Colónias em 1940. Edição da Agência Geral das Colónias Comemorativa dos 300 anos da Fundação e Restauração de Portugal.

D. José da Costa Nunes, Bispo de Macau numa carta (não transcrita na totalidade) ao Padre Rêgo numa das passagens e referindo-se ao livro:

“Uma coisa, porém, lhe posso afirmar: é que estou convencido de que êle corresponde ao ponto de vista que se pretende, isto é, dar uma idéia geral do que é e do que foi esta veneranda relíquia do nosso passado religioso, em terras do Ultramar. Contra ela, por vezes, se têm arremessado pedras, mas, desde que se estude o assunto à luz da história imparcial, motivos há para nos orgulharmos da obra religiosa levada a efeito pelos missionários portugueses, que nos precederam no Oriente, e pelos que hoje labutam, nessas regiões distantes, pelo bem das almas, pela Igreja e pelo prestígio do nosso País.

Sabe bem o Padre Rego, porque entre êles viveu muitos anos, quando o nome de Portugal é querido dos eurasianos, da Malaca, e quão profunda é a fé dêstes descendentes dos antigos portugueses, mercê da acção patriórica dos nossos missionários, os de ontem e os de hoje”

Como o leitor poderá analisar o “Padroado Português do Oriente” apresentava-se uma instituição católica, absolutamente, de raizes portuguesas.

Em cima das considerações, da sua obra, o Padre Rego na introdução:

“Quando Portugal, proa da Europa, se resolveu a sulcar os mares, quando o Oriente desconhecido se foi submetendo, pouco a pouco, à sua influência, encarregou a Santa Sé a Nação Fidelíssima de converter os infieis, de fazer muita cristandade. Portugal sacrificou-se por esta causa tão nobre. Gastou não só o dinheiro de seus cofres, mas também o sangue de seus filhos. A Santa Sé, em prova de gratidão, entregou-lhe as igrejas que êle ia fundando em tão vastos territórios”. Era ele que indicava os nomes dos bispos que se haviam de nomear, era ele que provia as diferentes dignidades, era êle que sustentava os missionários, era êle que velava pelas igrejas e culto”.

Tinha assim o “Padroado Português do Oriente” toda a jurisdição religiosa sobre as missões e igrejas estabelecidas, nos territórios ultramarinos que Portugal administrava.

As dioceses do Padroado:

GOA. - criada pelo Papa Clemente VII no consistório de 31 de Janeiro de 1533. Porém só em 1534, o Papa Paulo III é expedida a bula. Circunscrevia a diocese de Goa: Cabo da boa Esperança até à Índia e deste território ao Japão. A Santa Sé concede a perpetualidade de posse da diocese ao Rei de Portugal e seus descendentes. A de Fevereiro de 1557 a Constituição Apostólica eleva a dioceses de Goa a arcebispado e a perpetualidade é mantida pela Santa Sé.

COCHIM.- Erguida em 4 de Fevereirode 1557 pelo Papa Paulo IV. Acontece devido a Goa ter sido elevada a arcebispado. A Sé de Cochim é denominada de “Santa Cruz”. A bula papal decretava que o limite da jurisdição de Cochim e Malaca, deveria ser da vontade do arcebispo de Lisboa. Entretanto a diocese de Cochim absorvia a religiosidade da Costa do Malabar e a Costa Oriental da Birmânia.

MALACA. – Fundada na mesma data da diocese de Cochim a 4 de Fevereiro de 1557. A igreja da Anunciação de Nossa Senhora de Malaca toma o nome de Sé Catedral. A bula papal concede a Malaca os mesmos privilégios dos de Cochim.

MACAU.- A diocese é fundada nove anos depois das de Cochim e Malaca e a bula papal emanada por Gregório XIII.

Prescrições:

1) apresentação do bispo pelo rei, dentro de dois anos;

2) apresentação real do deão, cónegos e mais prebendários;

3) a dioceses fica pertencendo ao Padroado;

4) ninguém pode derrogar êste direito, a não ser que o Rei de Portugal dê o seu expresso consentimento;

5) se a derrogação se fizer de qualquer outra forma não terá valor algum;

6) tudo quanto se atentar contra o direiro do Padroado, a respeito desta diocese, por quem quer, por qualquer autoridade que seja, será irrito e nulo.

FUNAY. – (Japão) tem lugar a fundação a 19 de Fevereiro de 1588, quando Portugal está sob o dominío de Espanha e no reinado de Felipe II. A cédula consistorial que a concede designa apenas<>. No Japão já existiam 150.000 cristãos e o trabalho de Francisco Xavier, que tinha introduzido o cristianismo no Japão em meados do século XVI, estava a produzir frutos. A jurisdição de Funay alargava-se até todas as ilhas japonesas. Embora a bula se referi-se a Felipe de Espanha, a dioceses de Funay seria propriedade do Padroado.

ANGAMALE. - Angamale a sede da igreja nestoriana siro-caldaica do Malabar. Em 1594, morre o arcebispo Mar Abraão e o frade Aleixo de Menezes, recebe ordens da Santa Sé para que em Angamale, apenas fosse praticada a religião católica. Ordens cumpridas; o catolicismo em Angamela toma raizes e a Santa Sé, como tinha ordenado anteriores fundações de dioceses entrega-a ao Rei do Portugal. Mas na prescrição a alinea 5 designa: contudo, cessará o direito do Padroado nesta diocese, se o Rei de Portugal faltar com o dote que lhe é prometido.(P. Rego assinala com (1): “In supremo, de Clemente VIII, de 4 de Agôsto de 1600. Bull. Patr. Portug. I, págs 260-261.

Não sabemos, qual seria o montante do tributo imposto pela Santa Sé dado que outras bulas, papal, não se referiam a dotes. O que se compreende é que algo estaria a mudar desde que Portugal passou a ser administrado pela corôa espanhola e a Santa Sé a desviar-se do espírito com que as dioceses do Padroado tinham sido criadas.

MELIAPOR. - Criada a diocese em 1608, através do consistório de 9 de Janeiro, por Paulo V. Abrange Bengala, Coromandel, Oriza e Pegu. Fica com esta criação desmembrada a diocese de Cochim. O Rei de Portugal (aqui Felipe de Espanha) a proceder às delimitações. A prescrição na alinea 7 reza:

que estes direitos são concedidos, não obstante o Concílio de Latrão ter proibido acordos perpétuos, a não ser os permitidos pelo Direito.

A Santa Sé, na concessão de novas dioceses estava de facto a conceder os mesmos, anteriores, privilégios ao Padroado, mas em termo: “uma no cravo outra na ferradura”

NANQUIM.- (Padre Rego escreve): Reina em Portugal D.Pedro II (1648-1706). Pertencia tôda a China à dioceses de Macau. As missões da China atingem o máximo de prosperiedade no comêço do século XVIII. Pouco antes, como tão risonho futuro diante de si, pede o Rei de Portugal à Santa Sé a desmembração do imenso império chinês em duas grandes dioceses: Nanquim e Pequim. A Sagrada Congregação da Propaganda opõe-se abertamente ao pedido do rei de Portugal, fazendo ver ao Sumo Pontífice Alexandre VIII gravissima motiva et praejudicía que militavam contra a erecção das novas dioceses. O Santo Padre, porém, não concordou com o parecer da Sagrada Congregação e ordenou que se procedesse à erecção canónica das ditas dioceses (1).

A diocese de Nanquim foi assim erecta em 10 de Abril de 1690 pela bula “Romanus Pontifex”. A bula é do teor das outras. Como, porém, ela foi publicada após a oposição da Propaganda, aqui damos a lista dos privilégios concedidos:

1) pertence a dioceses de Nanquim ao Padroado do rei de Portugal:

2) a delimitação das duas novas dioceses deve ser feita pelo mesmo Rei;

3) a apresentação do bispo pelo Rei deve ser feita dentro de um ano;

4) êste direito direito de Padroado não poderá ser degorrado, nem mesmo pela Santa Sé. Etiam consistorialiter, sem o expresso consentimento do Rei de Portugal;

5) se fõr, tal degorração será inteiramente nula e irrita;

6) assim o não entenderem,tôdas as suas decisões serão nulas.

A delimitação das duas novas dioceses foi feita em 1695.

PEQUIM. - Dioceses fundada na mesma data de Nanquim e a bula papal que a vai reger é precisamente igual. As duas dioceses colocavam a China sob a jurisdição do Padroado Português do Oriente.


O Padroado, no Oriente, está representado com nove instituições, religiosas, cujo o míster é a divulgação e prática do cristianismo. Porém não estão subjugadas ao Vaticano embora acolhesse missionários estrangeiros. Mas os tempos correraram e a vontade dos papas mudaram. A gratidão da Santa Sé para com Portugal e Igreja tem inicio de quando os portugueses desalojaram os mouros de Portugal e os empurraram para o norte de África. As guerras dos credos, católicos e muçulmanos, duraram vários séculos na Península Ibérica. A Santa Sé teve todo o interesse que os Portugueses tivessem colocado em debandada a“moirana” e, ainda a conquista de terras marroquinas.

As ideias expansionistas do Rei D. Sebastião (educado na corte pelo clero, a este, ter-lhe-ía, deteriorado o cérebo e manter na sua mente em constante ódio aos mouros), foram atrozes depois dos portugueses serem derrotados em Alcácer Kibir o monarca, um jovem, ficou por lá prisioneiro ou morto na peleja. O que levou o Cardeal D. Henrique ( um clérigo já velho e “caduco”) ascender ao trono de Rei de Portugal e, depois da sua morte, por razões de linhagem monárquica, Portugal ter tido a “tragédia” de ser governado por 60 anos pelos reis de Espanha. O povo português nunca lhe perdou:


Viva el-rei D. Henrique/No inferno muitos anos/Pois deixou em testamento/Portugal aos Castelhanos

A Santa Sé, no Vaticano e de que por lá nem tudo era cristandade ou bondade, coloca-se ao lado dos espanhois durante os 60 anos da usurpação da corôa portuguesa. Põe à margem o clérigo português e o Padroado Português do Oriente. Não ordena bispos ou cardeais de nacionalidade portuguesa e os missionários do Padroado, no Oriente, ficam orfãos e sem pai que é o chefe supremo da Igreja Católica.

A partir de meados do século XVII os franceses tiveram pouca influência no Oriente. Os ingleses e os holandeses, principiaram a expandir-se e a dominar o comércio no Oriente nos anos: (1595 Holanda na Indonésia) e 1612 os ingleses na Índia) .

A Inglaterra dominava a Índia e a Holanda, já era a senhora das Índias Orientais. Luis XIV com as suas ideias expansionistas, pretende que a França venha a ser o pêndula que balançasse a forças inglesas na Índia e as holandesas na Batávia (Indonésia). O monarca francês sabia de ante-mão que para que se concretizassem as sua ideias seria através dos missionários, jesuitas da “ Missões Estrangeira de Paris”.

Gregório XV, em 1622, institui a nova “Congregação de Propaganda Fide”, cujo sistema mentor pertencia a 13 cardeais e dois prelados, ajudados por um secretário e um consultor.

Ora toda a Àsia a sua evangelização pertencia ao Padroado e sob a jurisdição dos Reis de Portugal. Gregório XV, decretava que a “Congregação de Propaganda Fide” seria para colaborar na evangelização do Oriente com o Padroado, sob os auspícios do mesmo; retirar o Padroado a Portugal e restringi-lo.

Começa, então, a guerra entre o Vaticano e Lisboa. O papa tinha desferido uma “punhalada mortal” no Padroado Português do Oriente. As peias consolidadas pelos pontíficies, seus predecessores, tinham sido desmoronadas e o missionários do Padroado, além de principiarem a sofrer humilhações de outras congregações estrangeiras e, os missionários destas a tomarem-lhe o lugar na evangelização.

Luis XIV, conhecido pelo rei-sol, está no apogeu e pretende a todo custo e dinheiro infiltrar-se no Oriente. Não lhe era desconhecido que os portugueses dominavam não só a cristianização dessas terras, como assim o comércio. Os sessenta anos de ocupação espanhola tinha levado os missionários do Padroado a viver em extrema pobreza e abandonados pela Santa Sé.

Surgem as viagens descritas pelo Padre Alexandre Rhodes, jesuita francês, à Ásia, incita e cria entusiasmo nos missionários viajarem para as terras orientais e envolverem-se na divulgação do cristianismo nas terras onde os missionários do Padroado já sa haviam instalado havia muito.

Sabiam esses clérigos que teriam um forte apoio de Luis XIV. Surge o Padre François Pallu, inteligente e apoderado de enorme patriotismo viajou até Roma, apresentou os seus planos à Santa Sé para o derrube do “Padroado Português do Oriente”. O Pallu fez as propostas, dentro de certa astúcia, à Santa Sé e sem as ter comunicado à hierarquia das “Missões Estrangeiras de Paris”.

Durou a luta ao Pallu cinco anos (dado que a Santa Sé estava renitente em eliminar e restringir os privilégios do Padroado), para que o Vaticano abeçoasse a sua pretensão. O Padre Rego, nesta matéria pronuncia-se:

“Podemos, pois, afirmar que a Santa Sé se deixou levar nesta matéria pelo élan francês. A iniciativa, certamente, não lhe pertence”.

Em 17 de Agosto de 1658 são nomeados os dois primeiros vigários apostólicos: François Pallu, bispo de Heliópolis e Motte Lambert, bispo de Berito, para as missões de Tonquim e da Conchinchina e países vizinhos.

O Primeiro embate entre os missionários do Padroado e os franceses

Aconteceu no Reino do Sião. Monsenhor de la Motte Lambert chegou a Ayuthaya em Agosto de 1662 e Monsenhor Francisco Pallu em Janeiro de 1664. La Motte não teve boa recepção dos missionarios portugueses que já havia cerca de 150 anos se tinham estabelecido com três paróquias no Ban Portuguete: S.Domingos, S.Francisco e Jesuitas. Tinham sido, também, os primeiros a terem a permissão do Rei do Sião de divulgarem e a converter, livremente, ao catolicismo os siameses.

O vigário geral, do Padroado, que administrava o Sião, pediu a de la Motte Lambert para que lhe mostrasse os papeis os quais lhe davam a autonomia, para exercer tais funções, administrativas, clericais, no Sião. Em princípo recusou-se mas acabou por ceder, em sinal de boa vivência e colaboração, mútua, no futuro. Ficou assim o vigário geral do Padroado, elucidado, da realidade dos factos de que a ordem tinha orígens do Vaticano.

Os missionários do Padroado não se resignam e, continuadamente opõem-se para que as suas acções de evangelização continuassem e eles, de forma alguma, sob o jugo dos franceses. De la Motte não desarma e envia, em 1665, ao Vaticano um dos seus padres, De Bourges, para que pedisse à Propaganda que confiasse o Sião à sua jurisdição, isto porque a situação geográfica assim o aconselhava e, também, porque a tolerância da prática de outros cultos, que não fossem de índole budistas eram tolerados pelo monarca siamês.

De la Motte, analisa, ao mesmo tempo ser o Sião, uma base estratégica e bem colocada e um ponto de partida para os missionários franceses se se ramificarem para outras terras entre elas: a China e a Indochina e que mais tarde a França viria a colonizar o Cambodja, Laos e Vietname.

A Santa Sé está relutante dado que temia aumentar as iras de Portugal. De la Motte não desarma ou desanima perante a recusa da Santa Sé. Consegue a permissão do Rei do Sião que lhe doasse um terreno em Mahapan, nos arredores de Aiutaá, onde deu início à construção, precária de um seminário. O Sião, apesar de todos os malabarismo de la Motte continuava sob a jurisdição do Padroado e acaba por reconhecer, em 1688 que o Sião estava sob a tutela de Malaca e já conquistada pelos holandeses em1641. O bispo de Malaca tinha morrido e em sua substituição o vigário geral.

Os católicos de Ayuthaya, siameses e luso-tailandeses a espiritualidade, religiosa é-lhes ministrada pelos missionários dominicanos, franciscanos e jesuitas. Os missionários franceses já estabelecidos com uma igreja e um seminário a cerca de dois quilómetros do Ban Portuguete (Aldeia dos Portugueses), mas uma vez insistem perante a Santa Sé e a estratégia que culmina no pedido:

se poderiam administrar os sacramentos aos cristãos na sua igreja que ficava a 4 ou 5 milhas de distância (nota minha: aqui não é informada a distância real, dado que não ultrapassa os 2 quilómetros), da mesma forma como os padres do Padroado, o faziam nas suas paróquias.

O Vaticano concede-lhes esta prática; principia, com isto, a existência de duas jurisdições, católicas, em Ayuthaya.

Perde com isto alguma autonomia, no Sião, o Padroado Português do Oriente. Guerras frias e surdas virão a ser travadas entre os missionários franceses e portugueses. Os franceses e bom de entender eram, considerados, uns intrusos em Aiutaá. O jesuita do Padroado António Quintana Duega escreveu um livro cuja leitura viria a ser censurada por de la Motte Lambert.

Houve conflitos silenciosos e de poucas palavras. O Papa depois de examinar o conflito e deu razão a de la Motte Lambert, dado que a matéria inserida no livro de António Quintana era contrária ao cânones e à tradição da Igreja.

O reparo e a censura de Monsenhor de la Motte Lambert não ficou esquecida ou deitada em saco roto pelos missionário do Padroado. A Inquisição, para observar a pureza da fé e os bons costumes, como representante no Sião, era o Frade Luiz Fragoso, da congregação dominicana. O Frade Fragoso não aceitou a censura do Lambert e considerou-o ter atentado contra a sua autoridade.

Acusou-o de várias opiniões teológicas falsas. Excumunga o Lambert e foi afixado, um edital, numa igreja de Aiutaá onde o excomungava. Lamberte, apresentou queixa ao Santo Ofício que dá sem efeito a excomunhão e repara o escândalo do Frade Fragoso; depondo-o do cargo de inquisidor e obriga-o abandonar o Sião. Mas as ordens do Vaticano não foram no seu todo cumpridas e Lambert, mais uma vez, envia um enviado o missionário Charles Sevin, com uma nota dirigida ao Clemente X. Em 10 de Novembro de 1673. Uma bula papal faz desligar os vigários apostólicos de toda a jurisdição do arcebispo e da Inquisição de Goa.

Clemente X queixa-se, a Goa e num comunicado “Cum per litteras” refere-se que os

missionários portugueses residentes no Sião tinham:


a) obrigado o bispo de Berito (Monsenhor de la Motte Lambert, a mostrar as suas bulas, como se êle estivesse sujeito a Goa e não directamente à Santa Sé;

b) excomungado e multado em duzentas moedas os cristãos que com êle tratassem

O Papa estranha a atitude e solicita ao arcebispo de Goa que não seja exercido qualquer acto de jurisdição contra os vigários apostólicos e seus missionários. Adverte também das gravíssimas penas, pela privação do ofício, fora do território português.

Esta machada desferida por Clemente X ao Padroado, provoca uma ferida profunda que jamais vai encontrar o caminho da cura. Apoia, as futuras, queixas dos franceses redigiu vários textos de comunicados, importantes, de 1670 e 1673, que mandou publicar e os mesmo enviados aos vigários apostólicos.


Nas proximidades do Natal de 1673 um outro comunicado “Sollicitudo pastoral” declara que a Inquisição de Goa não possuia autoridade alguma nos territórios que não estavam sujeitos à corôa portuguesa. Derroga todos os privilégios anteriores, embora tenham sido conferidos por papas ou concílios.

Os missionários do Padroado “barafustam” apresentam os antigos privilégios e a total submissão ao Rei de Portugal. Ignoram as ordens do Papa Clemento X, para a rebelião, silenciosa, não produziu efeito. Vale mais um papa vivo que um papa morto. O papa estava ao lado e as satisfazer a vontades de Luiz XIV para que o permitisse concretizar o projecto da infiltração no Reino do Sião e na sua cabeça a ideia de o colonizar. Tal nunca viria acontecer.

No Reino do Sião a lingua franca era a portuguesa, o Padroado Português do Oriente, tinha criado raizes durante os quase 150 anos de evangelização no reino. Mas além disto já uma numerosa comunidade luso-tailandesa, calculada em mais de 2.500 almas, que era assistida pelos missionários do Padroado, portugueses e estrangeiros residiam no Ban Portuguete onde estavam erigidas 3 paróquias.

Descrição do Padre António Rego: “ A passagem do Sião para os vigários apostólicos não se fêz sem repugnância, sem resistência. O caminho vinha sendo preparado já por uma longa s~erie de documentos pontíficios todos êles a favor dos vigários apostólicos. Esses documentos, como nota Launay, eram publicados na igreja francesa de S. José de Juthia (Aiutaá). Os jesuitas e os dominicanos, entrincheirados nos mesmos redutos de sempre, declaravam-nos falsos e inventados pelos missionários franceses, e por conseguinte nulos, sem valor algum, porque não tinham passado pela cõrte de Lisboa.

Vários incidentes se deram, todos êles bem lamentáveis, da resistência dos missonários portugueses que se viam colocados entre dois fogos. Por um lado, deviam obediência a Goa; por outro, eram admoestados pelos vigários apostolólicos, em nome da obediência suprema devida a Roma. Esta política dúplice havia de ser adoptada pelos anos fora pela Propaganda e com bons resultados.

No Sião, porém, houve solução radical. A Santa Sé, por meio dos seus decretos, resolveu que os portugueses residentes no Sião ficassem debaixo dos vigários apostólicos. Esta nova concessão foi muito bem acolhida em Paris e Monsenhor Pallu aconselhou aos seus missionários tôda a prudência para não suscitar novas susceptibilidades.

Os dominicanos submeteram-se em 1678, os jesuitas em 1681 e os franciscanos que também lá trabalhavam, se bem que em menor número, um bocado mais tarde. Os missionários portugueses, porém, nunca abandonaram o Sião. Tais missionários recebiam os seus poderes ora dos vigários apostólicos, ora directamente de Goa. A cinza crepitava ainda, quando atiçada por qualquer faúlha. As autoridades do Padroado viam-se obrigadas a reconhecer a situação de facto, mas protestavam de vez em quando contra o desaire sofrido”.

Padre António da Silva Rego em diversas considerações descritas ao longo do seu valioso livro que se recomenda aos historiadores e interessados na história da expansão portuguesa no Oriente lê-lo (se porventura o encontrem em alguma biblioteca), entre muitas passagens encontramos esta que nos merece atenção:

“ O missionário não é um «João-sem-terra». Tem uma pátria que ama profundamente. É natural que deseje que outros a amem igualmente. Aconteceu isto com os missionários portugueses. É verdade que em tôda a parte onde êles chegaram espalharam o bom nome de Portugal, favoreceram as relações entre esses países e o seu.

Lastima: «Na Índia nunca Portugal tentou penetrar para o interior e conquistar terminantemente para si êsses territórios. O plano de Francisco de Almeida, de se manterem feitorias espalhadas pelas costas do Oriente, foi aperfeiçoado por Afonso de Albuquerque que estabeleceu fortalezas nos pontos estratégicos. Assim, o ponto básico da política de Francisco de Almeida, que eram as armadas, casou-se com o de Albuquerque, as fortalezas, para impor definitivamente o prestígio do nome português. Nunca, porém, se tentou fazer no Oriente o que se fêz ao Brasil, ou o que os espanhois fizeram na América do Sul..... A decadência de Portugal, a queda fatal do império português veio quando os mares deixaram de ser sulcados por naus portuguesas».

E para termimar: Segundo nos informa o Padre Rêgo o império português no Oriente, em 1940, estava em completa decadência. Mas este império começa a ser derrubado depois da tragédia de Alcácer Kibir (1578) e que pouco depois Portugal perderia a independência e é administrado pela corôa espanhola. Portugal.

Antes, daquela fatídica derrota, possuia uma potência naval, impar na Europa. Fortalezas e feitorias tinha sido construidas, na costa Atlântica, Indico, Índia, Coromandel até ao Japão. A “Armada Invencível” empresa de Filipe I, se afundou no Canal da Mancha e era parte do espólio marítimo português e sem ele viria a contribuir para o abandono, em parte, do comércio oriental.

Mas um grande mal que grassa na sociedade portuguesa, depois de começar a descobrir as terras de além-mar, foi o mundo fantasioso das vaidades em que de um momento para outro, os fidalgos, ou pelo mérito deles ou pelos favores da casa real portuguesa, voltam ricos e opulentos da noite para o dia.

Pouco, mesmo nada se interessam para preservar os sentimentos de Afonso de Albuquerque que desejou um Portugal rico e retirar os portugueses da miséria em que viviam antes das caravelas de Cristo navegarem nos oceanos do Mundo da época.

Voltando aos missionários das “ Missões Estrangeiras de Paris” em Aiutaá, desde que ali se instalaram erigindo uma rudimentar igreja e também um seminário, foi graças a eles que os católicos do Ban Portuguete têm sido assistidos espiritualmente. A Igreja de S.José que conhecemos há mais de duas dezenas de anos, tinha sido restaurada em 1883. Já nesta altura funcionava, em construção de madeira uma escola onde aprendia umas dezenas largas de alunos, filhos de pais católicos, budistas e muçulmanos.

Actualmente a igreja foi novamente construída e se pode considerar uma peça fina da arte sacra. Houve o cuidado de não fugir às linhas arquitectónicas do passado. Mas além da reconstrução da igreja uma larga escola, moderna, foi construída e um cemitério para sepultar os católicos da àrea de Aiutaá. Ao fundo do cemitério foi erigido um monumento que perpetua os vigários.

Portugal, de facto está representado em Aiutaá com as fundações da área onde a Igreja de S.Domingos foi edificada (estima-se em 1530/1540. Hoje o espaço tem vida e foi graças ao entusiasmo de dois Homens: o Embaixador Melo Gouveia e o Dr. José Blanco, Administrador da Fundação Gulbenkian que depois de 1982 voltaram essas ruínas à luz do dia. Não é de ignorar o empenho do “Fines Arts Department” para que a memória da presença dos missionários do Padroado Português do Oriente” e da comunidade lusa-tailandesa ficasse no “Ban Portuguete”, um marco da existência de um templo do culto e da passagem de homens lusos que muito fizeram no Reino do Sião. Eles foram soldados, artilheiros, guardas do palácio real e ocupados em várias artes que graças a esta boa gente, ajudaram a transformar o Sião.

Mas no Ban Portuguet há mais duas igrejas enterradas a de S.Francisco e a dos Jesuitas e bom seria que as mesma voltassem à vida mais tarde ou mais cedo. Hoje o Ban Portuguete já não é aquele espaço que conhecemos há 24 anos. Na sua extensão foram construídas numerosas casas, circuladas de quintinhas. Ainda bem e denota o progressa que segue na Tailândia. As duas igrejas, entrerradas estão lá e bem-haja ao “Fine Arts Department” da Tailândia que tem preservado esses dois pedaços de história da presença dos portugueses no no Reino do Sião desde a longinqua data de 1509.

José Martins/ Maio 2006-05-11

(Residente na Tailândia há 26 anos)

P.S. Informação obtida na obra: “ O Padroado Português do Oriente por António da Silva Rego. Agência Geral das Colónias/ MCMXL”

Tuesday, March 15, 2011

PORTUGAL NA TAILÂNDIA – ERROS DO PASSADO REFLETIDOS NO PRESENTE.

Tuesday, March 08, 2011

Há portugueses que são pobres de “miolos”, ideias e actividades. Somos aquilo que fomos na Ásia e hoje já não somos nada. No caso de Banguecoque o carro tem seguido à frente dos bois em que desde 1988 (21 anos) andamos por aqui a investir em cultura quando no comércio não se tem investido, praticamente nada. O que segue à frente escrito é a verdade nua e crua, por que estou dentro do assunto.
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Mas vamos a 29 anos atrás e de quando o embaixador José Eduardo Mello Gouveia, foi acreditado como representante de Portugal no Reino da Tailândia, veio encontrar a embaixada num autêntico “pardieiro” com a residência, histórica e uma jóia rara da arquitectura, colonial portuguesa, a cair aos bocados e os terrenos, doados a Portugal pelo Rei Rama I, com uns barracões degradados, espaço de ratos e de cobras (foi encontrada uma jibóia de largo tamanho onde hoje se encontra a chancelaria), que tinham sido abandonados pelos arrendatários.
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Infelizmente poucos anos, depois, de se instalar com uma Feitoria (1820) iniciou a renda de parcelas de terreno a particulares, para os feitores sobreviverem, porque os Governos de Macau e Goa estavam-se nas “tintas” para manter a funcionar a Feitoria de Portugal no Reino do Sião em Banguecoque.
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Evidentemente que uns poucos de bons portugueses que pretenderam dar dignidade a Portugal neste Reino, foram envolvidos em estúpidas intrigas e que chefes de missão lhe deram ouvidos. Mas as intrigas na Embaixada de Portugal não são só de momento já o foram, pela má sina, a partir de 1820.
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Voltando à gerência do embaixador Mello Gouveia, que veio substituir o seu homólogo Renato Pinto Soares, em 1981, um diplomata incansável pretendeu dignificar o nome de Portugal e em 7 anos fez Obra que não foi continuada pelos representantes que o sucederam.
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Em 1981 Portugal não nadava em dinheiro e este não havia (como hoje o há, na missão, à “fartazana”) e teria que fazer milagres e conseguiu-os. Seriam numerosas páginas, escritas, se aqui fosse descrever a obra desse grande Homem que doou a Portugal na Tailândia.
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Mas onde eu quero chegar é que tem-se despejado dinheiro em saco roto mantiveram-se em Banguecoque, desde 1988, dois adidos culturais 6 leitores português que custaram centenas de milhares de euros e cujo resultados, até ao presente, não têm sido nenhuns.
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Em 1996 a leitora de português Joana de Vasconcelos, informou, o embaixador Mesquita de Brito (o chefe de missão de então) que viria, depois, a enviar um telegrama (batido nas teclas por mim) para as Necessidades que não valeria a pena manter o leitorado de português a funcionar em Banguecoque, porque, os poucos alunos que ensinava português, não justificava o despêndio.
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Ora com isto tem sido semeado dinheiro nas dunas de areia do deserto que não germina, pois na Tailândia não existem empresas portuguesas e as que houvera partiram há 11 anos, Quem aprende uma língua não é para a usar a fazer turismo, mas um investimento a olhar o futuro.
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Uma representação diplomática, acreditado em outro país é para vender o que o seu produz. E Portugal, na Tailândia, tem colocado o carro à frente dos bois, que em vez de investir na promoção do comércio, primeiro, usa-o na cultura.
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Não basta andar-se por aí levar a cabo “lóbies” a promover-se o que já fui publicado há muito e nada nos diz, enquando o comércio entre Portugal e a Tailândia segue pelas ruas da amargura, pelo total desinteresses dos chefes de missão.
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Pelo menos resta a esperança de que o novo chefe de missão (duvidamos que tenho tempo), acreditado recentemente, tenha olhos de ver e que faça algo para promover o comércio de Portugal na Tailândia.
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Se continuar como seus predecessores que foram floreiras de rosas mal-cheirosas, então estaremos de mal para pior e continuarmos a demagogia, barata, a enaltecermo-nos, com fanfarronices, como os primeiros europeus a chegar à Tailândia e a parte comercial (a que produz riqueza a Portugal) a desaparecer.
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Que não se tape o sol com uma peneira ou se atire com areia para os olhos dos outros.
José Martins
josegomes.martins@gmail.com

Friday, March 11, 2011

PORTUGAL NA TAILÂNDIA - JORGE MORBEY: "UMA CASA HISTÓRICA EM BANGKOK - A RESIDÊNCIA DO EMBAIXADOR DE PORTUGAL"

Jorge Morbey é uma personalidade, portuguesa. na Àsia. Além de um brilhante historiador sobre as "coisas" portuguesas na Tailândia possui um curriculum vastíssimo de actvidades: Presidente do Instituto Cultural de Macau; Conselheiro Cultural das Embaixadas de Portugal em Pequim e em Banguecoque. Actualmente professor universitário da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. Lidamos de perto com o Dr. Jorge Morbey e com ele aprendemos muito de quando Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal em Banguecoque nos finais do século passado. Um apaixonado pela história e investigou aquilo que eu não tive a oportunidade de chegar. Graças ao Dr. Jorge Morbey vim a saber que o António, o maior fotógrafo que apareceu, em Banguecoque, em finais do século XIX e príncípio de XX, era português, tal facto se encontrava um mistério pelos historiadores que se aprofundaran na arte e na sensibilidade de obter imagens de António e sempre hajam tido dúvidas em descrever a nacionalidade do grande fotógrafo luso. Mas uma obras de investigação de grande destaque foi como investigou a construção da Residência do Embaixador de Portugal, acreditado no Reino da Tailândia, que antes outros historiadores descreveram esta peça, única, da arquitectura colonial portuguesa, mas não com tanta veracidade. E porque tinhamos arquivada a Obra achamos por bem e útil inserirmos na totalidade as páginas a seguir- José Martins

Clique nas imagens para as levar ao tamanho natural e as imprimir


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Thursday, March 10, 2011

ESTE BLOGUE RECOMENDA A LEITURA DAS PEÇAS INSERIDAS POR ANTÓNIO CAMBETA NO SEU BLOGUE



À MARGEM: António Cambeta e eu não somos aventureiros na Ásia, mas gente de bem. Não nomeei o amigo Cambeta para meu defensor das agressões que tenho sido sujeito por um "cobarde" a que a ele não lhe é desconhecido e a mim também. Está pelo lado da razão. Nós conhecemos de "ginjeira" o "crápula" que pela Ásia se anda armar (além de agressor) em gente "sabidola" que não passa de um miserável de bens e de "miolos".
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Começa a escavar o terreno pela distância para chegar ao ponto que pretende que é o poder para nele se abrigar. Um Judas que atraiçoa tudo e todos, mesmo aqueles que lhe encheram o "bandulho", lhe ofereceram bons vinhos, de estalo, para beber, boleias e o integraram em certos círculos sociais.
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E ainda mais o desenrascaram com dinheiro para pagar o apartamento que ocupou de quando à grande e à francesa (mesmo pouco) recebia uns trocos, de uma fundação, para fazer turismo, durante 3 anos.
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Só lamento que esteja a "embarrilar" alguém que mesmo já informado do perfil do "crápula", lhe esteja a dar troco. Mais tarde arrepender-se-à!
José Martins

ENCERRADOS OS COMENTÁRIOS DESTE BLOGUE E DE OUTROS

Melhor resposta - Escolhida por votação Crápula:
[Do lat. crapula.] S. f.
1. Modo extravagante de vida; desregramento, devassidão, libertinagem: &
S. 2 g.
2. Indivíduo crapuloso, desregrado, libertino.
3. Indivíduo vil, canalha, calhorda.
fonte: Aurélio
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Por muito tempo os comentários deste blogue estiveram encerrados. Foram abertos há cerca de uma semana e o "abutre" (anónimo) que antes me provocava voltou à ribalta com semelhantes provocações. Claro que não temos receio deste pássaro, "abutre", da arribação. No "timing" exacto o "abutre" levará um tiro numa asa (denunciá-lo) para que acabe com as merdas das provocações. Não devemos nem tememos, tão-pouco alinhamos com execráveis, pulhas,crápulas e lambe botas do poder para conseguir sobreviver.
José Martins

OS BASTARDOS ANÓNIMOS

Foram estes os dois comentários: AnonymousAnonymous said...

Bom enterro aí pelo cemitério. Ficava enterrado à maneira.

10:23 PM

AnonymousAnonymous said...

Ó Martins vai estudar inglês técnico! Com que então Jolly Frog é Júlia Rã?! Arre que além de má rês é burro!
Quando é que lhe dão outro pontapé no cú?

que hoje foram inseridos na peça que ontem escrevi com o génerico: NA MANHÃ DE SEXTA-FEIRA - A MAGIA DO RIO KWAI E A CANÇÃO DA VIDA , sob a cobardia do anonimato.

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Apresto-me a informar (quem tem tido a paciência de ler o que escrevo), que eu nunca fiz inimigos, durante a minha longa permanência na Tailândia onde construí algo.

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Porém uma pessoa (que por ora não ser, ainda, altura própria) não lhe divulgo o nome de quem procurei servi-lo no meu melhor, desde 2002, me traiu, chantageou, difamou e provocou.

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Essa pessoa (repito não tenho inimigos) de quando lhe comecei a criticar o que escrevia num seu blogue além de me provocar, houveram puras “chantagens” com prova, pessoal, existente.

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Além de tudo isso e por via da intriga que esse cavalheiro investiu, cobardemente, contra a minha pessoa foi o dano moral e material que me haja causado que me custou largas centenas de milhares de bates.

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Houveram contra a minha pessoa ameaça de polícia se continuasse a criticar o nomear o seu nome no meu blogue: http://aquitailandia.blogspot.com

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Não sei a que polícia dirigiria, este cavalheiro, sua queixa contra mim e qual a razão por que o faria.

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Com 76 anos de idade nada existe, na polícia, desabonos a meu respeito, na Tailândia, onde vivo há mais de 30 anos e muito menos com a polícia do meu país do qual saí, do Tejo, no navio Pátria em direcção a Angola em 1962.

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Evidente que tive que me precaver, porque nessa provocação, escrita, está identificado o autor, informando entidades e amigos que deveria, para se porventura algo de uma outra falsidade, chantagem e difamação me viesse pelo caminho.

José Martins


Saturday, March 05, 2011

NA MANHÃ DE SEXTA-FEIRA - A MAGIA DO RIO KWAI E A CANÇÃO DA VIDA

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No Rio Kwai mais uma vez de tantas que por aqui tenho passado desde há três anos. Encontro uma certa liberdade e solidão, porque esta de quando em quando faz-me bem. Como sempre e de quando no Rio Kwai abrigo-me no Jolly Frog (Júlia Rã) junto ao remanso constante da corrente do rio nascido nas montanhas do ex-Reino do Pegú (Birmândia). Kanchanaburi a cidade é tranquíla e arredores com as terras agrícolas e seus pomares, são mares e montanhas de verdura.
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A gente é simples, excelente e as ruas absolutamente seguras quer de noite ou de dia. Sou já gente daqui e todos me conhecem nas ruas adjacentes ao "Jolly Frog". Tratam-me por "pá-pá" devido a minha idade que bem poderia ser pai ou avô daqueles que assim me chamam. O "Jolly Frog" está a arrebentar pelas costuras e lotado de turistas jovens, estrangeiros, de mochila às costas e de muitas nacionalidades.
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Visitam Kanchanaburi e a ponte do Rio Kwai porque além de haver muito para ver por aqui há os preços e o turismo barato de qualidade. O turismo seja este aonde for, praticado, não se mede pelos hoteis de 5 e menos estrelas, mas pela limpeza, a comida e os poucos mais de 150/295/500 bates a dormida (4/7 e 10 e mais euros).
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Claro, no que me toca a mim, terei me cozer-me com as linhas e o dedal que tenho, nos meus "safáris" pela Tailândia, pois a minha "reforma" do Estado Português depois de o servir, 24 anos na Embaixada de Portugal em Banguecoque, tem a classificação de "merda" e agora com a desvalorização do euro em relação ao bate (moeda tailandesa), pior ainda e terei que gerir o montante à maneira.
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Vou deixar-me de lamúrias e cá vou vivendo, sem ser ao Deus e o que vier se aceita, por que felizmente a comida neste Reino da Tailândia ainda dá para dar ao dente a preço convidativo, onde um saco de arroz de 5 quilos se pode adquirir por pouco mais de um euro e meio.
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Ontem chuveu a cântaros como se o céu desabasse em cima do solo. Chuvas que vêm antes do tempo e um mês e meio da chegada do Ano Novo Budista, em meados de Abril. Algo vai mal neste Mundo e o homem animal a estragar as condições climatéricas.
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De manhã quando me levantei,na hora do chilrear da passarada, entrou-me nas narinas o cheiro da terra tostada pela chuva da tarde do dia anterior. O cheiro fez-me lembrar, o mesmo que aspirei, o meu tempo de criança, na minha aldeia no sopé da Serra da Estrela, quando o solo, dos alqueives, transpiravam, pela pela manhã quando o Sol lhes batia. A ruralidade de minhas raizes não me larga pela vida fora.
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Vamos ao dia de hoje e largar águas passadas que não moem farinha...Carrego, comigo a velha companheira Nikon D70 e guio o Honda Civic (14 anos nas mãos) em direcção à Ponte do Rio Kwai

Imagem esquerda: a vendedeira de postais e brochuras sobre a Ponte do Rio Kwai, ordenou a sua mercadoria e prepara-se para a vender aos turistas. Brochuras em quatro linguas. Lado direito duas imagens: normal se observar na Tailândia estudantes a visitar os lugares históricos e turísticos enriquecendo seus conhecimentos. Com eles um caderno onde escrevem uma redacção e riscam um desenho.
Imagem da esquerda: a Ponte sobre o remanso da corrente do Rio Kwai. Estrutura metálica que é o símbolo da repressão e expansão japonesa, nas Ásia durante a II Guerra Mundial. Imagem da direita: pouco passavam das nove da manhã, os primeiros caminhantes entram na ponte. Durante o dia passam milhares deles.

Hoje a ponte é segura ao caminhante. Antes assim não era e até perigosa a alguém se desiquilibrasse e cair na corrente do rio. Chapas de ferro e guardas foram colocadas ao longo da ponte. Um casal de namorados para o "boneco" e ficar para as prosperidade.
Imagem da esquerda: grupo de visitantes de jovens tailandeses dão largas a sua alegria e uma fotografia onde todos ficam inseridos. Três estudantes e uma imagem para ser recordada de quando adultos. Toda a juventude é isto e também o fui!

Dois ângulos de uma estrutura metálica que teve como objectivo os japoneseses ligarem Singapura à Birmânia. Esteve no programa depois da Birmânia seguir para a Índia. Motivo: o Estreito de Malaca estava infestado de submarinos britânicos e de minas. Nada fácil para os japoneses arriscarem a sua marinha de guerra. Assim o rota seria: Malásia e Tailândia. O caminho de ferro e a ponte os japoneses deram-lhe o nome "Operation Speed" (Operação Rápida), cujos intentos foram gorados. A ponte foi bombardeada pela aviação aliada.

Imagem do lado esquerdo:imagine o leitor dormir numa casa flutuante em cima da corrente bonançosa do Rio Kwai... o silêncio da noite é abismal e pela manhã acordar ao som do chilrear da passarada. E se for amante da pesca, leve consigo uma cana. Operários das obras da linha atravessa a ponte.

O templo e a estátua da Deusa Chinesa Kuan Yin na margem do Rio Kwai e junto à ponte. A província e a cidade de Kanchanaburi tem uma larga comunidade chinesa residente.

A ponte e o vilonista. Toca melhor, tem melhorado a canção que encabeça o filme "Bridge over the River Kwai" a marcha do coronel Bogey. Somos velhos conhecidos e deixo-lhe na caixa que guarda o violino 20 bates.


video
Video para clicar

Foto da esquerda: um painel à saída da ponte, pare com a miséria da morte, vá para a comida vegetariana... A cabana, a vaidade e comodidades, inerentes do proprietário

Vítimas dos japoneses em Kanchanaburi. Morreram novos... Mas como estes jovens continuam a morrer todos os dias em guerras. Nunca entendi se as guerras são justas ou se servem interesses...
Neste cemitério de guerras há milhares de nomes. Honraram-nos com uma placa de bronze. Neste lugar, eu assisti à reconciliação de soldados japoneses e das tropas dos aliados, ainda vivos. As vítimas, ingleses, australianos, canadianos, americanos, com a presença de representação diplomáticas de seus países, não lhes perdoaram... A diplomacia, de punhos de renda e hipocritamente são capazes de perdoar tudo, mas não venceu o coração dos sacrificados, em Kanchanaburi cujos suas consciências não lhes permitiu o perdão. Foi emotivo um grupo de crianças, japonesas, acompanhadas de sua professoras a afirmarem: "mas nós não temos culpa dessa guerra.... Elas as crianças com pequenos dísticos queriam a reconciliação... Houveram momentos na minha vida, como correspondente da Agência Lusa que me emocionaram.Foi no dia 25 de Abril de 1996.
A entrada para o cemitério de guerras. As minhas pernas o Honda Civic a brilhar.Bendita foi a chuvada da tarde do dia anterior que lhe havido lavado a chapa.
Saí do cemitério de guerra e dou com uma procissão. Um noviço a monge vai entrar no templo e cumprir a sua obrigação de permanecer em meditação por 25 dias ou mais no santuário onde lhe é ministrado a lei do bem ao próximo.
O povo dança ao som infernal de uma banda, desafinada, onde os trompetes são instrumentos reis. Quase me colocava a dançar aos saltinhos e vontade de me misturar com o povo.
Isto é a Tailândia, Reino de gente boa e simples. Os maus como em todos as nações estão no outro lado... E esta é o da política!
José Martins