Friday, August 27, 2010

COLOCAR A LEGALIDADE DOS FACTOS ONDE FALTA

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Mas qual seria o mal que eu teria feito, na Embaixada de Portugal, para tanta “praga” ter caído em cima de minha cabeça?
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Porém nã
o pensem as pessoas, mal intencionadas, que estarei por aqui a “botar” fora de mim penas de mágoas Vivo feliz com a vida que tenho e se há velhos, com a idade de 75 anos, felizes no seu viver, eu sou, um no números deles.
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Saudades claro tenho dos tempos que eu vivi, mais bons do que maus. Que a consciência dos homens, cheguem à razão e não tomem a nuvem por Juno.
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Que seja evitado o acesso a aventureiros, maldosos, dentro de uma representação que sempre respeitei e servi no meu melhor. Longe estaria no meu pensamento que iria a ser vítima de intriga e traição.
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Ele o intriguista conseguiu aliciar o embaixador Lima Pimentel e a partir de então, começou o meu calvário. Cruz que carrego que em tempo certo deixarei de a ter às minhas costas.
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Já o afirmei várias vezes que enquanto andar neste mundo não o largarei e, ainda, em condições para lhe mandar umas “bengaladas” no lombo porque há traições que não se podem tratar por palavras mas à lambada.
José Martins

BAZAR DA CRUZ VERMELHA INTERNACIONAL

EM BANGUECOQUE

Portugal, através da sua Embaixada na capital tailandesa, por tradição, desde o princípio do século passado tem contribuído com verbas monetárias, para a Cruz Vermelha Internacional da Tailândia. Os eventos são promovidos pelas esposas dos Embaixadores, acreditados no Reino da Tailâ.ndia, organizando durante o ano chás, rifas, jogos de canasta.

Contudo, o maior montante obtido é proveniente da venda de produtos produzidos nos seus países (uma forma de serem promovidos). Estes produtos são muito desejados pelos tailandeses, sempre na procura de novos paladares. Nos pavilhões dos seus países são expostos artigos alimentares de grande qualidade das mais diversas variedades onde se incluem o artesanato, a joalharia, diversos ornamentos, café, chá e a gastronomia.

Portugal, nestes últimos doze anos, tem exposto e vendido azeite do Alentejo, orgânico e extra; milhares de latas de sardinha em azeite e óleo vegetal; frascos de excelentes frutos secos; mel; vinho do Porto e artesanto de cortiça para o lar. O pavilhão de Portugal tornou-se um dos mais populares dos bazares onde centenas de pessoas, após a abertura da feira, correm às dezenas para adquirir as embalagens de sardinha, pescada nas águas frias do Atlântico, Procuram, igualmente, adquirir outros produtos, conhecidos já de outros eventos realizados em anos anteriores.

A organização, voluntária de sentido humanitário, foi fundada em 1893, em Banguecoque, e a sua finalidade é o de acudir às pessoas vítimas de catástrofes ambientais, feridos de guerra ou fora delas; outras enfermidades. Todas as ajudas atribuídas a pessoas estão inseridas sob a filosofia da não distinção de raças, credos ou inclinações políticas.

Pouco depois da fundação são construídos, na capital tailandesa dois hospitais com os nomes do rei Chulalongkorn (o pai da moderna Tailândia, de hoje, e o abolidor da escravatura) e da Raínha Sawanwattana, que através dos anos foram sendo modernizados e hoje encontram-se apetrechados com as mais modernas tecnologias hospitalares que os coloca entres os melhores da Europa e América..

A primeira participação de Portugal, nos eventos de caridade da Cruz Vermelha Internacional na “Cidade dos Anjos”, aconteceu no consulado de Luis Leopoldo Flores que nos longínquos anos de 1916, onde ainda não se procedia à venda de produtos portugueses, mas sim à angariação de fundos entre a comunidade portuguesa, composta na maior parte por pessoas de etnia chinesa, que obteram no Reino do Sião, após uma breve passagem por Macau, um documento que lhes conferia o estatuto de protecção do consulado português, e, ainda por gente natural daquele território, que constituia um núcleo significativo. Estas primeiras angariações, entre a nossa comunidade, contavam com a realização de espectáculos organizados por membros da família real tailandesa.

A primeiras comunicações, conhecidas e transmitidas pelo Cônsul Flores ao Ministério dos Negócios Estrangeiros em Lisboa, datam de 16 de Agosto de 1916, e as verbas humanitárias conseguidas, em moeda siamesa e ouro, não se destinam à Cruz Vermelha tailandesa ,mas à sua homóloga portuguesa para depois serem canalizadas para o Príncipe de Gales, Presidente da Cruz Vermelha Europeia, com a finalidade de amenizar e socorrer as vitímas da 1ª Guerra Mundial que grassava, barbaramente, na Europa e onde Portugal participou com 100.000 soldadosdos quais se contabilizam: 7.222 mortos, 13,751 feridos, 12,318 desaparecidos. Um cheque emitido pelo banco Hongkong Shangai designava 76,16 libras esterilinas, avultada importância para a época, daqui se pode concluir que no Reino do Sião (Tailândia) no príncípio do sec. XX havia e se produzia riqueza.

Em outro ofício dirigido a Lisboa, datado de 27 de Agosto de 1917, assinado pelo Cônsul interino João Flores ( o Cônsul Luis Flores, já não pertencia ao número dos vivos, havia falecido em 17 de Abril, do mesmo ano, vítima de febre tifoide) transmitia novas doações destinadas à Cruz Vermelha Portuguesa que totalizavam 77,04 libras esterlinas. Este montante foi angariado através da exibição de uma comédia no “Theatro Real Dusit Park” em Banguecoque, sendo a sua receita distribuída pelas Sociedades da Cruz Vermelha Americana, Belga, Inglesa, Framcesa, Italiana, Portuguesa, Japonesa, Romaica e Rússia Elesta. João Flores mencionava que todas as bandeiras dos países, aliados à guerra contra a Alemanha, estavam hasteadas à frente do edifício. No final da primeira comédia foi mostrada ao público uma caricatura, enorme, pintada a óleo, representando o Kaiser alemão amarrado com cordas grossas e coroado de soldados de todas as nacionalidades com as espingardas apontadas para ele.

Depois das manifestações de solidariedade em favor da Cruz Vermelha, nas primeiras duas décadas do século passado, não demos conta mais algum evento levado a cabo, nos arquivos da Embaixada de Portugal. A perturbação política em Portugal, saída de uma monarquia centenária, não o permitia. O Consulado de Portugal, na capital tailandesa, por falta de verbas, vindas de Lisboa, para a sua subsistência, fica praticamente a viver das rendas dos armazéns, alugados e construídos por firmas tailandesas e estrangeiras, no terreno doado pela Corôra tailndesa em 1820, na margem do rio Chao Praiá, para construir Feitoria, doca para a reparação e construção de navios.

Portugal regressa às manifestações humanitárias da Cruz Vermelha, depois de 1982 pela mão do Embaixador Melo Gouveia que com a cooperação de empresas portuguesas (destaco contribuição e entusiasmo do Fernando Oliveira, director de exportação para a Ásia, a SOGRAPE Vinhos de Portugal e o Governo de Macau) que debaixo da administração portuguesa têm, regularmente, todos os anos, estado presente nos bazares da Cruz Vermelha.

Desde 1997 e quando a Representação do ICEP foi re-aberta, na Embaixada de Portugal, as contribuições viriam a tomar outra dimensão com contributos de largas dezenas de milhares de bahts. Agora, não como o século passado, os montantes são dirigidos para a Delegação da Cruz Vermelha Internacional Tailandesa com o patronato de Sua Majestade a Rainha Sirikit, esposa de Sua Majestade o rei, da Tailândia, Bhumibol Adulyadej.

José Martins

01.02.03

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