Sunday, June 20, 2010

RETALHOS DE MINHAS MEMÓRIAS (DE ESCREVINHADOR) NA TAILÂNDIA

José Martins

CONSAGRAÇÃO

De Sua Majestade o Rei Bhumibol da Tailândia

60 Anos sentado no Trono

Sexta-feira, 9 de Junho de 2006, a Tailândia vestiu-se de amarelo.

Difícil de calcular os milhões de camisolas amarelas que os tailandeses vestiram naquele dia! Mas dias antes as ruas, os caminhos fluviais do Rio Chão Praia e canais os espaços estavam emoldurados de cor “canário”.

Era nem mais nem menos o Povo tailandês a honrar a data efeméride de entronização de Sua Majestade o Rei da Tailândia, durante cinco dias. Em toda a monarquia as repartições públicas, os comércios, as fábricas e as escolas encerraram para as pessoas festejaram os 60 anos, do seu Rei, sentado no Trono.

Para o além de Suas Majestades uma multidão de súbditos a saudarem-nos

As festividades de maior vulto concentraram-se em Banguecoque. O Rei, a Rainha na manhã de 9 de Junho, na varanda do Palácio do Trono Ananta Samakhom, apresentaram-se aos súbditos e efusivamente, saudados por cerca de um milhão. Naquela longa e larga avenida em direcção à varanda onde os Reis se quedavam não havia um centímetro que não estivesse ocupado.

Oceano de gente na celebração da “Bodas de Diamante” do seu Rei

Muita emoção, olhos marejados e lágrimas a descerem no rosto. Gente de todas as idades, alguma pernoitou na Praça Imperial para ao outro dia, verem mais de parte, os Reis da Tailândia. Aquela multidão, compacta, estava ali para pagaram o tributo aos Reis que a orientou e harmonizou por 60 anos.

Rostos humanas que transmitem, sem palavras, o amor pelos Reis

Sua Majestade o Bhumibol é também o meu Rei! Felizmente só um afortunado ter um Rei... Mais de duas dezenas de anos a viver na Tailândia e graças a ele tenho vivido na paz e sossego pleno com a sua bênção real. Não foi fácil para mim, em determinadas alturas poder controlar as emoções. Juntei-me à gente humilde, carregando a aparelhagem fotográfica para poder recolher, as mais sensibilizantes imagens do regozijo de um Povo que ama o seu líder.

1-Sultão de Brunei Darussalam-2–Imperadores do Japão–3–o Rei do Cambodja–4-Sheikh do Kweit -5- o Rei da Jordânia-6- o Grande Duque do Luxemburgo-7-os Principes de Liechtenstein-8-os Reis do Lesoto

9-o Princípe Alberto II do Mónaco-10-os Reis da Malásia-12-O Rei da Suazilândia-13-Sheikho e Sheikha do Qatar-14-Princípe da Dinamarca-14 a- Princesa Real de Marrocos-15-Reis da Suécia

16-Rainha Sofia de Espanha-17-Reis da Bélgica-18-Princípe Herdeiro do Bhutão-19-Princípes da Holanda-20-Princípe Herdeiro da Noruega-21-Princípe Herdeiro de Tonga-22-Sheikho Principal dos Emiratos Árabes Unidos-23-Sua Alteza Sayyid bin Tariq (conselheiro real do Sultão de Oman-24 o Príncipe André de Inglaterra.

Três dúzias de personalidades e pertencentes a casas reais, que reinam no mundo, viajaram até à Tailândia para participarem e honrarem com a suas ilustre presenças as celebrações dos 60 anos do Rei Bhumibol Adulyadej entronização. Presentes Reis, Rainhas, Sultões e Príncipes. De Espanha chegou a Rainha Sofia.

Rainha Sofia um sorriso vindo de Espanha

O Rei Bhumibol é o monarca, com mais anos sentado num trono, no mundo actual. Leva 6 anos à frente em relação a Rainha Isabel II do Reino Unido. Durante as seis décadas do seu reinado, granjeou respeito pelo seu Povo assim como da comunidade estrangeira. Junto a Sua Majestade, na celebração das “Bodas de Diamante” estão membros das Casas Reais de: Brunei, Camboja, Japão, Jordânia, Kuwait, Lesoto, Liechtenstein, Luxemburgo, Malásia, Mónaco, Qatar, Suazilândia, Suécia, Bahrein, Bélgica, Reino Unido, Butão, Dinamarca, Marrocos, Holanda, Noruega, Oman, Espanha, Tonga e Emiratos Árabe Unidos.

Os Imperadores do Japão

Bem se poderá avaliar o excelente relacionamento do monarca tailandês com as casas reais reinantes do globo, assim como o salutar relacionamento, diplomático, da Tailândia com as monarquias que representam.

Todos os bairros de Banguecoque estão em festas, os milhões de casas (de uma população de cerca de 14 milhões), as varandas, as janelas, nas antenas de rádio, dos automóveis há duas bandeiras: uma a da monarquia outra da Tailândia.

Foto de Família: Suas Majestades com os convidados reais

No parapeito da minha “Varanda do Oriente”, em minha casa, lá estão duas para honrar o meu Rei. Um monarca que seguiu a linha de tolerância, dos seus predecessores já da data de 1509 e de quando os portugueses, os primeiros homens do ocidente, que conheceram o Reino da Tailândia e mantiveram relacionamento salutar. Esses portugueses, assim como eu, viveram em absoluta paz, constituíram uma comunidade lusa/tailandesa no princípio do século XVI. As graças do meu Rei, tem-me permitido, viver, entre famílias tailandesas, nos arredores da cidade de Banguecoque, sem nunca ter sofrido a menor humilhação ou segregação. Gente minha vizinha há 17 anos. Desde 1990, pelo quadro do Natal lhes dou de presente uma garrafa de vinho tinto da região do Douro ou do Dão.

O vinho português, além de confortar o espírito produz também sólidas amizades.

Uma das 52 bargues reais navega em frente ao “Grande Palácio” no rio Chai Praiá

As festividades em honra do Rei Bhumibol, durante os cinco dias que alegraram o Povo Tailandês têm por toda a cidade de Banguecoque e províncias do norte ao sul muitos outros eventos. Milhões de pequenas lâmpadas, eléctricas, multicolor alumiarem ruas, avenidas e fachadas de casas. Altares com as efígies do Rei e da Rainha se encontram espalhadas por todos os lados. Cerimónias religiosas nos templos budistas; cortejos apinhados de gente; bandas de música com instrumentos tradicionais e danças com bailarinas a exibirem a dança das unhas. Este país de folclore riquíssimo que conservas as danças milenários da mitologia siamesa representando os seus deuses e os seus ídolos.

Fogo de artifício durante as celebrações em honra de S.M. o Rei da Tailândia

Pelo fim da tarde do dia 12 de Junho, a procissão das “ bargues” reais, vão navegar nas águas tranquilas do grande rio Chão Praia, 52 duas embarcações que só em datas especiais navegam. Um espectáculo feérico de rara beleza. Centenas de remadores, ao som de cânticos, que vêm do século XIV são comandadas pelo timoneiro instalado na proa. Os convidados reais assistem à maravilhosa procissão numa varanda do edifício da “Marinha Real Tailandesa” na margem do rio. Pela manhã do dia 12 ao longo da margem do rio no percurso de 5 quilómetros que as gigantescas embarcações vão navegar, os lugares com melhor ponto visual estão completamente lotados de gente. Muitos pernoitaram em cima de uma esteira e na relva dos jardins ribeirinhos para não perderam o lugar.

Sua Majestade o Rei da Tailândia com sua Mãe (falecida em 1995)

Cheguei a um dos pontos que me pareceu óptimo para bater fotografias. Já por ali não havia lugar que me pudesse instalar. Um casal que ali tinha pernoitado, olhou-me, entendeu o meu intento e desde logo, com um sorriso, me franqueou um lugar no espaço que já na noite anterior tinham escolhido. É assim esta gente de cariz hospitaleiro. Este gente que sempre me distribuiu sorriso, hospitalidade, por onde tenho viajado e tantas vezes o tenho feito, só e conduzindo por estradas, insólitas das províncias, que a o único instrumento indispensável, comigo, de orientação é uma bússola giratória instalada no mostrador da viatura.

Durante todas as noites houve lançamento de feérico fogo-de-artifício em todos os pontos de Banguecoque. Fogo que parte de particulares para honrarem o seu Rei.

LONGA VIDA PARA O MEU REI! SUA MAJESTADE O REI BHUMIBOL ADULYADEJ!

José Martins

P.S. Só foi possível concluir este trabalho e ilustrá-lo com informação recolhida de várias fontes: jornais locais e departamentos estatais tailandeses.

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